quarta-feira, 13 de maio de 2009

Denúcia atrasada - Por: Elisangela Souza




Hoje pela manhã passou na TV sobre a Campanha de arrecadação de alimentos e roupas paras as vítimas das enchentes no nordeste e para confirmação (e não dá pra dizer espanto) foram arrecadados em torno de 150kg de alimentos, sem contar que a Defesa Civil ainda não se manifestou quanto o transporte do material arrecado.


Não faz muito tempo, aconteceu um desastre de proporção parecida em Santa Catarina e com a solidariedade do povo brasileiro, aconteceu muitas campanhas, tanto de arrecadação de alimnetos e roupas, como de arrecadação de dinheiro pra reconstruir os lugares atingidos. Tendo até pessoas dizendo que não tinha mais onde colar tanta coisa que estavam andando, chegando até a estragar os alimentos, por não dá conta da distribuição de tudo.
Teve uma propaganda em atletas dizia que Santa Catarina já deu tanto orgulho para o país e isso não podemos negar, estava na hora do Brasil retribuir em solidariedade.

De súbito, lembro-me que hoje diz-se o dia de denúncia contra o racismo, engraçado, não?

A poucos anos atrás no país de primeiro mundo também esqueceram Nova Orleans no sul dos Estados Unidos.

Nem preciso estender, mas completo minha indignação com uma música que fecha esse assunto.


Cidadão
Zé Geraldo
Composição: Lucio Barbosa

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Assim, está feita a minha denúncia que infelizmente não é só hoje, é de ontem.

Um abraço,
Elis

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