sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Manifesto do DEXTER

Manifesto referente ao (filme) Documentário "Entre a Luz e a Sombra"


Aos amigos; fãs; admiradores da verdade, transparência e justiça; e a quem mais possa interessar.
Venho, através deste manifesto, me posicionar em relação à produção do longa metragem “Entre a Luz e a Sombra”, dirigido por Luciana Burlamaqui, que irá estrear no dia 27 de novembro de 2009.
Estou aqui não para censurar todo e qualquer tipo de ilustração a respeito de minha história e de meu trabalho, mas não posso concordar e apoiar aquilo que desconheço. Meu único contato com a obra finalizada foi a sinopse do mesmo que não me passou o que me foi proposto quando aceitei que gravassem imagens minhas para o referido documentário. Pela sinopse entendo que o foco apresentado no início da proposta, adotou outro rumo. A intenção era que o mesmo mostrasse que a recuperação do ser humano que se encontra privado de sua liberdade é totalmente possível, desde que a própria pessoa se interesse por sua vida e seu futuro. E não relações humanas individualizadas, com temáticas corriqueiras a qualquer programa comercial de TV. (isso obviamente baseado no pouco material que tive contato). Com certeza isso não faz parte dos meus objetivos.
Reconheço as dificuldades presentes em trazer este material para minha apreciação, já que ainda me encontro privado de minha liberdade, porém não vi disposição por parte da produção em possibilitar este momento. Disposição esta que não faltou na época em que precisaram gravar as imagens, o caminho das pedras sempre foi o mesmo, o que mudou foi o interesse.
Tendo em vista estas dificuldades procurei também possibilitar que meu assessor de comunicação (Sr. Eduardo Bustamante) assistisse o referido documentário para que ele pudesse passar uma posição mais concreta sobre o enredo retratado, mas isso também me foi negado com a alegação de que a distribuidora não permitia a exibição do mesmo para qualquer pessoa antes de seu lançamento oficial. Porém mais uma vez a contradição se faz presente, já que outros que nem se quer são protagonistas da história já assistiram.
Como não recebi um retorno formalizado diante de minha solicitação, registrando a posição da produção do filme, decidi me manifestar, oficialmente, frente a esta questão.
Responsabilizo-me totalmente por tudo aquilo que eu disse e fiz nas referidas imagens, porém não posso atestar, nem legitimar a intenção e/ou forma com a qual este material foi editado.
É bem verdade que cedi o direito de uso da minha imagem para esta produção e utilizando do meu direito de me expressar livremente e também o fato de ser um dos protagonistas da história, digo que não acho justo desconhecer o produto final, isso é inadmissível. Sem contar o desconhecimento total do orçamento, honorários, patrocínios e apoios, lembrando que não recebi cachê para isto. Logo mais o filme estará nos cinemas e, diga-se de passagem, com destaque em salas de pouca circulação do povo da periferia, ou seja, lugares de difícil ace$$o para os que realmente deveriam assistir. Onde está a lógica? Obviamente alguém irá ganhar algo com isso e sinceramente não estou incluído.
Em respeito a minha família, meu trabalho, minha vida pessoal e minha VERDADEIRA história, fica registrado aqui meu manifesto acerca do assunto.
“Sentar à mesa e te assistir jantar não fará de mim uma pessoa que também esteja jantando”

Sem mais para o presente.

PS- Maiores esclarecimentos com meu assessor de comunicação:
Eduardo Bustamante (periferiasoberana@gmail.com)

Dexter

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cajueiro: meu baobá


Por Elizandra Souza

Na cultura africana as árvores são sagradas, sobretudo, o baobá, que é considerada uma testemunha da história de vida de uma comunidade e também uma árvore mãe, no qual se aproveita todas as suas partes para a sobrevivência humana.

Meu baobá particular e também do meu povo nordestino é o cajueiro, de origem brasileira que se espalhou pela África e Ásia, no período colonial e atualmente provém dele a única fonte de sobrevivência de muitas famílias nordestinas. Esta árvore pode atingir até 40 metros de altura na região Amazônica, seu fruto é a castanha, e o pseudofruto é o caju, palavra de origem tupi Acaiu, que significa noz que se produz.

Era no tempo das férias escolares, na Fazenda Cauê, cidade de Nova Soure no interior da Bahia, que eu desfrutava do meu baobá individual, aproveitando suas safras, suas flores, frutos, sombras, sucos e o mais importante sua companhia.

Com uns sete a oito anos, já estava de mãos dadas com os galhos. Meu avô fez um balanço, com um pedaço de madeira e duas cordas de sisal, somente por não brotar era um dos mais solitários cajueiros da fazenda, e ficava localizado no lado esquerdo da casa de meus avôs. Ali tive meus momentos mágicos tão intensos que fui ao céu pela primeira vez.

Nessa idade também ajudava a minha vozinha, o trabalho era simples, apenas procurar entre as folhas secas castanhas e cajus, separando um do outro e colocando em um balde. O fruto era a nossa moeda de troca, no qual eu conseguia comprar roupas, brinquedos e o meu material escolar.

Eu escalava nos galhos, quando estava no topo observava Deus por entre as frestas das folhas. Ali sentada escondia-me das pessoas que passavam na estrada, sejam montadas a cavalo ou a pé. Meu sonho era ter uma casa na árvore, que nem a Punk – na levada da Breca. Como não consegui convencer a ninguém para fazer a minha casa na árvore, ficava só imaginando como seria possuir uma, para guardar meu diário, meus sonhos e meus repousos.

Os pseudofrutos com qualidade eram colocados em uma bacia para virar sucos e doces em calda, meu preferido.Todas ás vezes que a minha vozinha ia fazer doce eu ficava ao lado do fogão, observando cada passo, a água escorrendo da torneira e banhando os cajus alaranjados ou amarelos ou avermelhados ia sendo separados das castanhas e indo direto para o caldeirão com açúcar e alguns cravos. E ficava por horas se transformando em uma calda suculenta amarronzada.

Já o suco era menos trabalhoso, ainda não tinha eletricidade na fazenda, portanto, sem liquidificar. Então numa peneira era pressionado o caju para que se desfragmentasse e virasse uma pasta cremosa, no qual acrescentava água e açúcar e estava pronta a bebida.

Uma outra forma de degustar do cajueiro é por meio das castanhas, que ao serem assadas, elas são deliciosas. Minha mãe é viciada em castanhas, ela não pensa em ninguém quando esta em transe pelo efeito provocado pelo sabor da mesma.

O cajueiro faz com que os meus olhos brilhem, sou apaixonada por esta árvore que tão bem me representa, se existir outras vidas, quero nascer um pé de caju, bem grande com galhos tortos que alcancem o céu e assim eu possa namorar as estrelas, e me deliciar com cajus e de castanhas.

Na verdade, acho que quero nascer menina sonhadora novamente e encontrarei um cajueiro que possa ser meu namorado, assim me balançarei nos seus galhos, descansarei nas suas sombras, me alimentarei de castanhas e beberei dos seus lábios os melhores doces e licores.

** Texto produzido no Curso Recortes da Vida (UATU),ministrado pelo Profº Percio.

Lançamento do livro do Ferrez, Ação Educativa.Amanhã (24/11, 19h30)



Este livro é mais uma das idealizações do Ferréz, que é levar ao povo, livros. Lendo um dos seus textos fiquem emocionada e castelando como seria bom, se na cesta básica viessem também livros...
Selo Povo vem para auxiliar no incentivo e prática da leitura na periferia, pois estará nas bancas localizadas nos bairros perifericos, nas quais algumas publicações nunca chegam e não sei quando chegaram...
Livro a R$ 5,00....quem vai querer????
Falei tudo menos do livro..." Cronista de um tempo ruim", reunião de textos publicados nos impressos da intitulada Grande mídia....
É isso...
Ação Educativa - Rua General Jardim, 660. Vila Buarque....(11) 3151-2333 ramal 153.
Informações do autor:
ferrez.blogspot.com
www.selopovo.blogspot.com

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cidinha da Silva estréia na literatura infanto-juvenil e apresenta sua obra em São Paulo!


A escritora mineira, Cidinha da Silva prepara o lançamento de mais um livro: Os nove pentes d’África. Desta vez, a autora direciona sua criação, a quarta, ao público infantil e juvenil. A publicação será apresentada, pela primeira vez no país, em noite de autógrafos na tradicional Feira do Livro de Porto Alegre, em sua 55ª edição.

Com um texto pautado pela emoção, em que a prosa a cada linha é pura poesia, a mais recente obra literária de Cidinha da Silva terá, com certeza, leitura disputada pelos adultos. A história construída em 56 páginas, com ilustração da atriz e artista plástica Iléa Ferraz, é lançamento da Mazza Edições, editora de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Na micro apresentação de seu novo livro, Cidinha da Silva expressa que “Os nove pentes d'África" tecem um bordado de poesia e surpresa na tela de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá, personagem condutor, são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e rituais cotidianos da narrativa.

O livro de Cidinha da Silva cativa pela descrição minuciosa do universo das relações familiares, pela reverência à sabedoria dos mais velhos e à ancestralidade africana. A motivação criadora, segundo Cidinha da Silva, veio de casa, dos pequenos da família “e em especial, de uma sobrinha que, aos seis anos, em processo de alfabetização, soletrava as letras do Tridente - referência ao seu segundo livro Cada Tridente em seu lugar” -. Aquilo me comovia e angustiava. Expliquei que se tratava de um livro para adultos, por isso as letras eram pequenas e daí sua dificuldade para ler. Ela então me perguntou: “- Tia quando você vai escrever livros para crianças?”.

Era a senha que faltava para a escritora mergulhar nesse novo processo criativo. Ela está fascinada pela experiência. “Creio que farei este caminho por algum tempo. Estou determinada a ser lida pelos pequenos da minha casa, enquanto são pequenos, e fico felicíssima quando minhas sobrinhas e irmãos levam meus livros para a biblioteca da escola em que estudam, ou quando encontram meus livros por lá e vêm me contar. É delicioso sentir que eles têm orgulho de mim e agora poderão ler minha literatura sem esforço, apenas por prazer”.

Outras publicações da autora – “Ações afirmativas em educação: experiências brasileiras”, de 2003, um livro de ensaios organizado por Cidinha da Silva com a parceria de sete outros autores e autoras. “Cada tridente em seu lugar”, já em segunda edição (2006/2007), é o primeiro livro de ficção. Em 2008, Cidinha da Silva publicou “Você me deixe, viu? Eu vou bater meu tambor”, um conjunto de 26 textos, entre crônicas e mini-contos, que gira em torno das afetividades, da sexualidade, do amor e do corpo.

Serviço
O que é: Lançamento do livro de Cidinha da Silva: Os nove pentes d´África
Quando: 21/11/09

Horário: 20:00
Onde: ODUN Formação e Produção - Rua Jardim Francisco Marcos, N.180, Bela Vista
Informações: (11) 31057247

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Rosalva - Por Vera do Val





Rosalva surgiu na vila, lá na nascente do rio, ainda não tinha sete anos. Veio no tempo das águas, com jeito de caça acuada, apareceu do nada na porta do casebre de Inana em uma tarde em que a velha escaldava em febre. A aparição foi obra da mão de Deus, como Inana diria, mais tarde, contando a história.

A primeira coisa que impressionou a velha foi o perfume. A menina exalava um cheiro de flor, um perfume delicado que ia desenrolando no ar, tomando conta de tudo, entrando pelas frestas da maloca; parecia que um anjo estava passando por perto. Tinha olhos enormes e escuros, corpo mirrado e cabelos escorridos, meio esverdeados. Logo serviu de pau mandado, pegando as ervas curadoras guardadas no baú, preparando o chá e cuidando da velha. Depois se descobriu que melhor do que as ervas era aquele cheiro. Quando ela chegava perto a coisa era milagrosa. Envolvia de mansinho as pessoas e toda a dor ia se desvanecendo, a doença saindo em disparada e a calma brilhava no olho antes cheio de agonia.

De onde ela veio nunca se soube e a menina também não lembrava, mas isso não era questão que preocupasse aquela gente. A vida na vila era de surpresa e pouca pergunta, o povo se acostumara com o ir e vir dos viventes, o rio trazia e levava, alimentava e matava quando queria. Velho Nabor, mascate de passagem, disse que ela cheirava rosas, e lhe deu o nome da flor, que ninguém ali nunca tinha visto.



Rosalva foi crescendo nas artes, foi aprendendo com a velha o uso das ervas e as lides do dia, mas sempre meio casmurra, não dada à brincadeiras. O corpo espichando, tomando carnes e formas, dando para a curuminha, macambúzia e de riso difícil, um contorno mais suave e doce que destoava da cara amarrada e do olhar de bicho escondido. O cheiro e sua cura traziam gente de longe para aquelas terras esquecidas de Deus, onde a dor e o conformar era o pão cotidiano. Ela atendia a todos com uma paciência infinita; não havia aflito que não deixasse ali sua mazela e saísse a bendizer e a louvá-la.

Todo começo de noite a menina ia para o rio se afrescar nas margens. Quando o lusco-fusco embaralhava as coisas ela se aproveitava dessa hora silenciosa que a escondia do mundo. Levantava a saia e entrava no rio, devagarinho e de olhos fechados, se deleitando quando a água morna lhe lambia as partes, carícia doce dos dedos d`água, e ali se perdia, no vai e vem do Negro. Era quando seus cabelos se tornavam mais verdes e o perfume mais forte. Ela arengava baixinho um pequeno gemido e o rio, sinuoso, ia lhe respondendo. Nisso ficavam os dois embebidos um bom tempo até as estrelas espiarem e o céu se confundir com as águas

Quando estava lá pelos seus vinte anos, ainda não conhecia homem. O rio era o amante fiel, e estava sempre ali esperando. Respondia-lhe o desejo e não lhe cobrava presente.

Por esse tempo apareceu na vila um latagão que tinha por nome Gerôncio, vinha de Bem Querer, um sítio metido lá pelo confim do mato, perdido no verde e na história das gentes. Rosalva sentiu os olhos dele como nunca antes havia sentido olhar de vivente algum e Gerôncio estremeceu com a donzela. Mexeu nos seus brios aquela moça de olhos baixos e perfume de mistério que todos diziam meio lesa, amasiada com o rio, que curava as pessoas e entendia de ervas como ninguém.

Nessa época Inana morreu, picada de caranguejeira, cujo veneno nem as ervas nem as rezas e nem os esforços de Rosalva e seu perfume milagreiro deram conta de vencer. A moça ficou desguaritada e Gerôncio foi rodeando. Conversa vai, conversa vem, acabou por levá-la desprevenida para a rede e da donzelice só restou a saudade. Depois da noite de amor ele quedou seduzido pela macieza dela, pelo murmúrio tal qual o marulhar das águas e resolveu levá-la consigo de volta para o Bem Querer. Juntaram depressa os trens que eram poucos e parcos e lá se foram os dois para o meio do mato. Ela à procura do paraíso, que tinha gostado de homem, ele na volta ao seu lugar; agora carregando mulher.

Hora de botar juízo e tocar a vida.

Todos contaram depois, que quando da partida de Rosalva o Negro turvou, torvelinhou e rugiu o dia todo, a peixarada sumiu assustada e até pescador muito macho se recolheu precavido.

Casinha pintada de branco, umas criações no terreiro, a vida correndo bonita, mas Rosalva, com o passar do tempo, começou a mostrar uma tristeza danada, um fastio de dar pena. Sentia falta do rio, do ciciar dele no corpo, dedos que Gerôncio não tinha tão leves e afoitos. Começou a estiolar devagarinho, o cheiro sumira, os cabelos perderam o verde, ela bem que se esforçava, mas vivia pelos cantos, com olho de peixe morto. Filho, Deus não mandava e por mais que pelejassem era debalde. Parecia que ela tinha as entranhas secas. À bem da verdade o marido até plantava as sementes, diária e vigorosamente, mas a coisa não germinava.

Lá se passaram uns cinco anos, ela dada a mais murchar a cada dia; ele dado a mais viajar pelas vilas, procurando o campo fértil que a vida tinha lhe negado. Uma bela manhã ele voltou mais soturno e quando ela se apercebeu já estava arrumando o alforje, botando dentro todos seus trastes e dizendo que o tempo dos dois tinha acabado; ele se ia pra outras matas e ela, se quisesse ficasse, se não, que voltasse para vila, para o rio e para suas rezas. Ele estava cansado, era homem de verdade, não queria disputar com Boto, ela que se arrumasse.

Rosalva sentiu que a hora era chegada. Sem um pio, tomou o rumo da vila e chegou lá como quando era menina, só com a roupa do corpo, mas com a saudade no peito.

Ressabiada, foi logo para a margem e foi ela se aproximar, sem aviso, o cheiro voltou fragrante, o Negro rodopiou forte atraindo as pessoas que vieram todas se postar na beira para ver aquilo. Ela se alumiou como um sol, o rio coruscava, águas cantando boas vindas, ela murmurando baixinho, uma algaravia estranha, conversa de Iara e de peixe. Todos viram, estatelados, os cabelos dela cintilarem verdes, enquanto ia entrando rio adentro, um fogo nos olhos, um gemido no peito, se deixando levar pelo negrume sedoso das águas, o rio rindo com ela, a malinando toda, até que, de olhos fechados e um sorriso na boca, ela desapareceu no escuro das funduras e da noite que vinha chegando.

***Conto do livro “Histórias do Rio Negro”, premiado em primeiro lugar na primeira fase do Prêmio Jabuti 2008.


Vera do Val é paulista, morando na Amazônia. Publicou - "Rede de intrigas", 2006, (Editora Escala); "O imaginário da floresta" e Historias do rio Negro", 2007 (Editora Martins Fontes); "Do nada ao infinito" (em parceira com Marcelo D`Ávila) e "O filho do marimbondo", 2007 (Dulcinéia Catadora). Para 2008 no prelo "Criação do mundo e outras histórias" e "Histórias de bichos brasileiros" ( Editora Martins Fontes).

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NO MACKENZIE:



O 20 DE NOVEMBRO DEVE SER REMEMORADO COM LUTA!



O mês de novembro tem sido símbolo de discussões das questões raciais e sociais em razão do dia da Consciência Negra. Muitos desses debates foram essenciais para desmascarar o mito da “democracia racial”, camuflando o preconceito por anos. Assim, procurando desvelar essa temática, alunos do Mackenzie propõem vivências e debates articulando vários prismas dos olhares lançados sobre o tema.







PROGRAMAÇÃO






09/11 – 18h - DAMAC (Rua da Consolação, 758)

“A INSERÇÃO ATUAL DO NEGRO NUMA SOCIEDADE DE CLASSES”



FILME - DOCUMENTÁRIO: Panteras Negras

PALESTRANTES:

Júnior – Consulta Popular

Wilson H. Silva – Doutor em História – USP e membro da Secretaria de Negros e Negras (CONLUTAS e PSTU)

Tito – Força Ativa, integrante do grupo de rap Fantasmas Vermelhos e aluno de Direito da UNIPALMARES

Renato Aparecido Gomes – Advogado (Instituto Luiz Gama)



10/11 – 18h - DAMAC

“A ACADEMIA EM DEBATE”



PALESTRANTES:

Salomão Jovino – Doutor em História – PUC (História do Brasil – Império)

Sylvia Nunes – Doutoranda em Psicologia Escolar e do Des. Humano - USP

Lia Schucman – Doutoranda em Psicologia Social - USP

Elisabete Figueroa – Psicóloga, mestranda em Psicologia - UFSCar e membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros – NEAB

Viviane Lima – Doutora em História – PUC (História da África e afrobrasileira)



11/11 – 18h - Centro Acadêmico João Mendes Jr. (Prédio 07)

"O QUE A MULHER NEGRA TEM A DIZER? - UM DEBATE NECESSÁRIO"



PALESTRANTES:

Elizandra Souza (Mjiba) – Aluna de Jornalismo (Mackenzie), membro da Edições Toró e Cadernos Negros, Cooperifa e Agenda Cultural da Periferia (ONG Ação Educativa)

Karina Annanias Teixeira – Aluna de Pedagogia - Mackenzie

Rosângela Calzazara – Diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de SJC e membro GT de Mulheres (CONLUTAS e PSTU)



12/11 – 18h - DAMAC

“A RESISTÊNCIA DENTRO E FORA DA UNIVERSIDADE"



Mesa - "História da luta afro dentro e fora do Mackenzie”

PALESTRANTES:

Gildean Silva "Panikinho" – Pedagogo (Mackenzie), Coord. Reg. Projeto Arte na Casa (ONG Ação Educativa), membro da Soweto Org. Negra e projeto "Hip Hop de Câmara"

Douglas Belchior – União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora - UNEAFRO



Intervenções Artísticas: "Prosa Negra"

- Literatura no Brasil e outros





SERÁ EMITIDO CERTIFICADO

DE PARTICIPAÇÃO



Realização: COLETIVO QUINCAS BORBA! (gestão 2009/2010 do DAMAC) e estudantes do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Nosso Brasil tão democrático.....................

Data: 27/10/2009
Veículo: TERRA
Editoria: EDUCAÇÃO
Assunto principal: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO

Depois de amargar uma suspensão de 45 dias, a professora da rede pública municipal de Macaé, 180 km ao norte do Rio de Janeiro, Maria Cristina Marques acusou os diretores da escola onde trabalha, a Pedro Adami, de perseguição por motivos supostamente religiosos. Ela foi afastada por usar em sala de aula o livro Exu - contos do folclore brasileiro em suas aulas de Língua Portuguesa, ato considerado pela diretoria como doutrinador.

O livro, de Adilson Martins (editora Pallas), tem parecer do *MEC* e estava disponível na biblioteca da própria escola. Teria sido recomendado à professora por um aluno. Cursando pós-graduação em cultura afro na Faculdade de Macaé, Maria Cristina logo se interessou pela publicação, levando-a às suas aulas de literatura. Apesar da boa aceitação dos alunos, a utilização levou a diretora, Mary Lice da Silva, e o sub-diretor, Sebastião Carlos Menezes, a punirem a professora.

"Fico muito triste por não poder mostrar a cultura afro. Não considero esse livro religioso, pois ele apenas narra contos", justificou neste domingo a professora, que voltou a trabalhar graças a uma determinação da Procuradoria da prefeitura de Macaé.

A Secretaria de Educação do município abriu sindicância contra a diretoria da escola. A Procuradoria, no entanto, está investigando a conduta da professora, o que revoltou membros da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

A favor de Maria Cristina estão dois abaixo-assinados (um de professores e outro de alunos do turno da noite), várias fotos e ainda o testemunho de dois funcionários.

"Em um primeiro momento, estamos trabalhando para apurar o fato e encaminhar ao Ministério Público um pedido de retratação com base na lei que diz respeito à discriminação religiosa. Posteriormente, entraremos com uma ação de injúria contra a diretora e o subdiretor, que podem ser condenados de um a dois anos de pisão", explica o advogado da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Carlos Nicodemos.

Procurada pelo JB, a diretoria da Escola Municipal Pedro Adami não foi encontrada nos telefones da escola.