sexta-feira, 29 de abril de 2011

Carta aberta ao Movimento Negro em geral e ao Movimento de Mulheres Negra, em particular.

Comunico às organizações de Movimento Negro e demais Movimentos Sociais e, em especial, às irmãs que compõem as organizações de movimento de Mulheres Negras, que eu, estudante do quinto semestre de Historia UNIJORGE – Centro Universitário Jorge Amado- fui agredida com um tapa na cara por um estudante que compõe a organização do Simpósio de História “Pesquisa histórica na Bahia” na referida faculdade. Fui agredida fisicamente (com um tapa na cara!) por um homem branco, estudante, como eu, do 5° semestre do curso de história da UNIJORGE – Centro Universitário Jorge Amado. Enfatizo esse dado, por sabermos que o racismo e o machismo se articulam o tempo todo, para impedirem que pessoas como eu (preta “estilo favela!”) possam representar uma pequena minoria do curso de história (brancos, e classe média). Atualmente ocupo a posição de Coordenadora Acadêmica do Centro Acadêmico União dos Búzios, representação legítima dos estudantes do curso de história dessa Instituição.
Inicialmente, estávamos organizando com a coordenação do Curso de História uma atividade acadêmica (o simpósio de história); Entretanto, da noite pro dia fomos retirados da organização com a explicação de que o evento não deveria ter envolvimento do movimento estudantil, por parte um dos palestrantes, e que não iríamos assinar os certificados por quem estava organizando era a instituição.
Quando chegamos, no dia anterior ao fato, encontramos esse grupo de estudantes com a camisa da organização do evento (que até então era da universidade), fizemos algumas intervenções falando sobre a institucionalização da atividade do movimento estudantil e sobre a apropriação intelectual da atividade. (Tudo isso causou incômodo à organização do evento – Coordenação e estudantes envolvidos no processo)
Quando cheguei à atividade, no dia seguinte, fui impedida de assinar a lista de presença, que me legitimaria ganhar o certificado de carga horária do evento. Todas as pessoas assinaram, quando chegou a minha vez a organização da atividade recolheu a lista, e eu perguntei num tom alto no meio da palestra: ‘por que vou assinar a lista lá fora, já que todos assinaram aqui dentro?’ Na mesma hora todo mundo parou e me olhou... Esperei o evento acabar e chamei a coordenadora do curso pra pedir explicação, a mesma não deu atenção, acabei não comunicando sobre o ocorrido. Quando sai do evento me dirigi até o LUCAS PIMENTA (o agressor) e perguntei: ‘posso assinar alista?’ Ele disse: “você é muito mau educada!”, eu o interrompi e falei, ‘não quero te ouvir, só quero saber se posso assinar, caso contrario vou conversar com a coordenação’. E ele disse: “Você ta tirando muita onda, não é de agora que eu to te aturando!” E me deu UM TAPA NA CARA! Quando eu falei que Eu sou oriunda do Movimento Negro, do Movimento de Mulheres Negras, e que não ia deixar barato que ia acionar a Lei Maria da Penha pra ele, ele se curvou e foi segurado pelos colegas enquanto tentava me dar murros.
Ao dizer “você ta tirando muita onda” e em seguida me agredir o Sr Lucas Pimenta revelou um sentimento de insatisfação, não apenas dele, isoladamente, mas de muit@s outr@s diante do fato de eu ser Coordenadora Acadêmica no CA de História da Jorge Amado. O fato de estarmos adentrando o espaço acadêmico, por si só, já fez membros da elite branca sentirem-se ameaçados. Mas, esse tapa na cara ocorre em retaliação a um fato mais insuportável ainda, para Lucas e demais membros da elite racista desse país: sou Negra “favelada”, jovem e o represento, em um espaço que o projeto genocida de Estado brasileiro historicamente reservou para os branc@s
Por essas razões, conclamo meus irmãos e em especial às minhas irmãs para amanhã, na extensão desta atividade, manifestarmos politicamente a nossa indignação e repulsa, diante desse caso inequívoco de machismo e racismo.
Nairobi Aguiar
71 81256549

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Seminario e Mostra Cultual Estética da Periferia Dias 02 a 04 de Maio.



PROGRAMAÇÃO DAS MESAS DE DIÁLOGO
DATA: 02 a 04 de maio de 2011

LOCAL: Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera


DIA 02 DE MAIO DE 2011 [segunda-feira]

[14h00 - 15h30] Mesa de Abertura

•Ana Tomé: diretora do Centro Cultural da Espanha

•Vera Masagão: coordenadora geral da Ação Educativa

•Danilo Santos de Miranda: Diretor regional do SESC

•Carlos Augusto Calil: Secretário Municipal de Cultura

•Marta Porto: Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural – MINC

[15h30 - 17h00] Mesa introdutória: Estética da Periferia – arte e cultura nas bordas da metrópole


•Gringo Cardia: Cenógrafo, curador da exposição Estética da Periferia

•José Guilherme Magnani: coordenador do Núcleo de Antropologia Urbana da USP

•Adélia Prado: consultora e idealizadora do projeto do Pavilhão das Culturas Brasileiras

•Coordenação: Eleilson Leite – Programa de Cultura da Ação Educativa

[17h00-17h20] Apresentação do Programa


•Ana Tomé

•Eleilson Leite

Participação artística:

•Wesley Nóog

[18h00-20h00] Coquetel


Culinária de boteco com petiscos do Bar do Zé Batidão.


Sugestão de programação noturna



SAMBA DA VELA
Casa de Cultura de Santo Amaro – Praça Francisco pereira Lopes, 434 (altura do n.820 da Av. João Dias) – Santo Amaro. Zona Sul. Entrada R$5,00 (1) 55228897. http://www.sambadavela.blogspot.com/
Foi criada em 2000 com o intuito de celebrar o autênintico samba de terreiro, enaltecer compositores da velha guarda e revelar novos autores, os quais atuam e desenvolvem trabalhos em outras comunidades e em prol do samba paulista. Com 10 anos de atividades, as apresentações seguem um ritual próprio, com uma vela no centro da roda que indica o começo do samba e só termina quando sua luz se apaga. Também é servido um caldinho após a finalização do encontro.
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DIA 03 DE MAIO DE 2011 [terça-feira]


[9h30 - 13h00] Mesa 1: Imagem, Mídia e Tecnologia

Linguagens em foco: vídeo, cinema, vídeo-arte, cultura digital, artes visuais, graffiti.
Expositores
•Gringo Cardia: cenógrafo, artista plástico, curador da exposição Estética da Periferia.

•Isabel Gouvêa: diretora da ONG Cipó – Comunicação Interativa, sediada em Salvador e fundada em 1999, referência no trabalho formativo com jovens.

•Rose Satiko: professora do Departamento de Antropologia da USP, e antropóloga realizadora dos filmes etnograficos “Cinema de Quebrada” e “Lá do Leste”.

•Mônica Nador: artista plástica e fundadora do JAMAC – Jardim Miriam Arte Clube.

•Mauro Sérgio Neri da Silva: artista e ativista do Coletivo Imargem.

•Esther Hamburger: professora Livre Docente da Universidade de São Paulo.

•Coordenação: Luiz Barata – Coordenador do Centro de Mídia Juvenil da ONG Ação Educativa

Comentaristas:
•Ricardo Resende: Diretor do Centro Cultural São Paulo.

•André Costa: professor de cinema da FAAP, diretor da produtora ‘Olhar periférico’.

•Eliezer Muniz do Santos – Néka: ativista cultural, escritor e um dos fundadores do Canal Motoboy.

•Hamilton Faria: Coordenador da área de cultura do Instituto Pólis

•Cássio Quitério: assistente de Cultura Digital e Cinema da Gerência de Ação Cultural do SESCSP

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[14h30 - 18h00] Mesa 2: Consumo e Formação de Público

Linguagens em foco: música e literatura
Expositores:

•Érica Peçanha do Nascimento: antropóloga, pesquisadora da produção cultural da periferia e autora do livro ‘Vozes marginais na literatura’.

•Adriana Barbosa: produtora, fundadora da Feira Preta

•Alessandro Buzo: escritor, agitador cultural.

•Jailson de Souza e Silva: professor da UFF e coordenador do Observatório das Favelas

•Ferréz: escritor, criador da 1Dasul e Selo Povo

•Coordenação: Miguel de Castro Pérez – assessor do Centro Cultural da Espanha

Comentaristas:
•Helena Abramo: especialista no tema da Juventude, assessora da Secretaria Municipal de Cultura

•Pingo de Fortaleza: diretor da ONG SOLAR e do Ponto de Cultura Fortaleza do Maracatu, organizador do Carnaval de Fortaleza

•Lorenzo Mammi: Livre-docente da Universidade de São Paulo, professor no departamento de Filosofia.

•Selito: Sambista do Nosso Samba de Osasco

•Kelly Adriano de Oliveira: assistente de Música da Gerência de Ação Cultural do SESC SP

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Sugestão de programação noturna



ABERTURA DA MOSTRA ESTÉTICA DA PERIFERIA –



Gog com participação especial de Ed Rock e Criolo Doido

SESC BELENZINHO. 21h30. Rua Padre Adelino, n.1000, bairro Belém, São Paulo-SP. R$ 24,00 (inteira); R$ 12,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 6,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).


GOG foi um dos pioneiros do movimento rap em Brasília. Seu mais recente trabalho é o DVD “Cartão Postal Bomba!”, lançado em fevereiro de 2009. Seu primeiro disco de carreira foi gravado no ano de 1992. Segunto o artista, a aproximação com a literatura marginal e os movimentos culturais são essenciais para a sobrevivência do texto e do teor evolutivo do Hip Hop.

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DIA 04 DE MAIO DE 2011 [quarta-feira]


[9h30 - 13h00] Mesa 3: Financiamento, produção e distribuição


Linguagens em foco: geral


Expositores:

•Antonio Maurício da Costa: autor de tese ‘Festa na Cidade: o circuito bregueiro de Belém do Pará’, defendida em 2004 na USP

•Pablo Capilé: músico e ativista ligado ao Coletivo Fora do Eixo

•MC Gaspar: rapper do grupo Z’Africa Brasil e ativista cultural

•Maria Elisa Cevasco: professora titular da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP

•Jeferson De: cineasta, diretor do filme ‘Broder’

•Coordenação: Gil Marçal – coordenador do Programa VAI da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo

Comentaristas:


•Maria do Rosário Ramalho: coordenadora de fomento da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo

•Tião Soares: coordenador de programação da Fundação Tide Setúbal

•Luana Vilutis: socióloga, pesquisadora na área de economia solidária e cultura, doutoranda na UFBA

•Nina Fidelis: jornalista, fotógrafa e produtora cultural

•Rosana Paulo da Cunha: gerente da Ação Cultural do SESCSP


[14h30 - 16h00] Mesa 4: Interações Estéticas

Linguagens em foco: hip-hop, dança e teatro



Expositores:
•Allan da Rosa: poeta, dramaturgo, criador do Selo Toró, autor de dissertação Imaginário, corpo e caneta: matriz afro-brasileira em educação de jovens e adultos. 2009. USP. Capoeira angoleiro há 12 anos. integrante do grupo irmãos guerreiros-taboão da serra/sp.

•Baby Amorim: coordenadora do Grupo Afro Ilu Obá de Mim

•GOG: rapper, membro do Conselho Nacional de Política Cultural

•Numa Ciro: psicanalista, pesquisadora associada do PACC / UFRJ e co-coordenadora da Universidade das Quebradas.

•Cláudia Schapira: diretora do Núcleo Bartolomeu de Teatro

•Coordenação: Vera Cardim, assessora do Pavilhão das Culturas Brasileiras.

Comentaristas:

•Américo Córdula: ex-secretário de Identidade e Diversidade do Ministério da Cultura e atual diretor da Secretaria de Políticas Culturais do órgão.

•Adriano Paes Mauriz : ator, gestor cultural, membro da coordenação do Instituto Pombas Urbanas

•Walter Garcia: professor da USP, pesquisador do rap brasileiro, especialmente racionais MC’s

•Fernando Kinas : diretor e pesquisador teatral. Dirige desde 1996 a Kiwi Companhia de Teatro, doutor em Teatro pela Universidade Sorbonne Nouvelle (Paris 3) e USP

•Sérgio Pinto: assistente de Música da Gerência de Ação Cultural do SESCSP





Sugestão de programação noturna

SARAU DA COOPERIFA

Bar do Zé Batidão – Rua Bartolomeu dos Santos, 797 – Chácara Santana. Zona Sul. Entrada franca (11) 5891-7403. http://www.colecionadordepedras1.blogspot.com/.
O Sarau da Cooperifa é um movimento literário que acontece todas as quartas-feiras, desde 2001, com recital de poesias no Bar do Zé Batidão na periferia da Zona Sul de São paulo e outros eventos, no qual busca um novo artista, o artista cidadão que contribui para melhorar a comunidade na qual está inserido. Também acontecem apresentações musicais e de várias outras linguagens artísticas.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

ABELHA MANDAÇAIA

Por Elizandra Souza


Tão solitária e negra como eu


Abelha Mandaçaia...


...sem produção de mel


Desabitada a procura de flor


Para bebericar do seu encanto...



Lápis de olhos...


...a esconder águas salgadas


Como não consolidar


este isolamento, que me consome?


Esta falta de mãos grudadas


...pele que não afaga


Estou rifando essa soledade!


Trançar, eu quero, mãos pretas...






É querência de mar, e não de oásis


Perenidades entrelaçadas...


Em estações lunares e solares...



Meu viver tornou-se deserto...


Os dias quentes e as noites congelantes


Um corpo sem afeto...


Repleto de roedoras,


Serpentes


E lagartas...


Peles bem alvas...


Alvejando-me por serem preferidas...


Será mesmo que elas resolvem


estes traumas de pretos meninos?




Em outras facetas, sou eu, serpente


Cascavel do deserto como queira...


Movimentando-me em silêncio


Para que as inimigas não me vejam...



Sentimentos fósseis...


... expostos pelas erosões


A vida inteira sem beber águas...


Longos jejuns sem morrer...


Força bruta que me dilacera


Estes secos dias, sem chuvas...


Só poeiras machucando minhas retinas.







segunda-feira, 18 de abril de 2011

Akins Kinte e Elizandra Souza no CEU Cantos do Amanhecer, dia 12 de abril 2011, das 20h às 22h.

Elizandra Souza e Akins Kinte...acompanhada de olhares de carinho e sinceridade...

Os olhares pelos cantos dos olhos, braços cruzados... Eu confesso, fiquei nervosa em atender e saciar toda aquela fome de conhecimento, negado por tanto tempo, por diversos motivos... Eu queria cantar, poetizar o poema certo, na hora certa, para o sentimento certo, não sei se conseguir... mas foi uma das noites, mas especiais que tive dia 12/04/2011, das 20h às 22h, na Biblioteca, junto com meu parceiro poético Akins Kinte,a convite do Professor Fábio Roberto. Espero de coração que alguns poemas tenham sido sentidos, apreciados...nomes como Helenise, Manoelina, Oswaldo, José Raimundo, entre outros ficaram na minha memória...mas o que mais ficou foi essa sensação de que preciso cativar, sorrir, abraçar...quero que meus poemas sejam apreciados por esses ouvidos sensíveis que teve por tanto tempo longe de ouvir palavras de carinho...mas meu sonho é que os meus poemas sejam lidos por estes olhares cansados de tanto trabalhar, mas resistente e sonhadores de dias melhores...

” Me dêem as flores em vida, um carinho, uma mão amiga, que para aliviar meus ais...”...Ganhei abraços, ganhei atenção...e ganhei flores...Flores Crisântemo..fui pesquisar sobre ela, é uma planta muito nobre, cultivada há mais de 2.000 anos no Oriente, ela significa proteção, esperança e compreensão dos limites da vida...Em grego, significa “Flor de Ouro” ou “Flor do Sol”
...Agradecida Professor Fábio, Professora Marcia e principalmente aos alunos e alunas presente na atividade...
Abraços poéticos
Elizandra Souza
Todas as flores de ouro que recebemos dos presentes, alunos e alunas, professores e professoras do CIEJA CEU Cantos do Amanhecer...
Professoras e Poetas....(Professor Fábio esta presente, mas fotografando...agradecida pelas fotos, mas principalmente por ter sido a ponte deste encontro...)

domingo, 3 de abril de 2011

Corações em Punga - Depoimento...


A atividade foi tão intensa que só as palavras ficam incompletas essa descrição...porque não existem formas completas que descrevam emoções...as palavras são replicas de sentimentos, de energias..as imagens...podem talvez dizer um pouco mais do que foi esta atividade...aos que foram meu sincero agradecimento, outras atividades virão...Axé para todos nós e vida longa ao trabalho coletivo....