segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Essa voz Decepada


*Por Vilmar Alves Ribeiro

Sou esta mulher
desfeita sobre a cama
esta palavra presa
em teus olhos
do companheiro dito malandro
esses sonhos.
De tantas quartas em cinzas
e notas de jurados em jornais
que fica pouco
que gastam todo.
Sou parte desse maltrato
da tua voz submersa
somos dessa notícia
o trágico dilema
de quem ri
à toa à flor
da pele bronzeada
em Ipanema.
Sou esse barraco
à beira da sorte.
Sou esta mulher desfeita
sobre a cama, essa palavra
presa em teus olhos
sou essa voz, decepada
flor, que brota da razão.

* Poema retirado do livro do autor Vá,Vá ver como esses negros cultivam a mandioca, 1981. Rumo Gráfica Editora.

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