quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Chegada

Se tu viesses ver-me nessa noite
Encontraria na porta, um sorriso encanto
Um abraço envolvente como manto
Remédio que afugenta o açoite

Se tu viesses em passos lentos
Entalhando meu rosto em um camafeu
Ouviria todos os conselhos dos ventos
Vagalumeando ou brincando com o breu


Se tu viesses do horizonte belo
Galopando e seguindo o curso do rio
Pontilhando nosso elo nos rastros das estrelas
Escutaria o caminho que tanto te assobio...

*Dedicado ao filho do sol, do rei,do horizonte,da lua, das estrelas...

Um comentário:

Fanzine Episódio Cultural disse...

Lágrimas de Areia

Lá estava ela, triste e taciturna.
Testemunha de efêmeros conflitos,
Com um olhar perdido no tempo,
Não exigia nada em troca
A não ser um pouco de atenção.

Sentia-se solitária, oca,
Os homens admiravam-na pelos seus dotes.
As crianças, em sua eterna plenitude,
Admiravam-na muito mais além...
... Mais humana!

De sua profunda melancolia
Lágrimas surgiram.
Elas não umedeceram o seu rosto,
Mas secaram o seu coração,
O poço da alma,
Aumentando cada vez mais
A sua sede.

Lá ela permaneceu; estática, paralisada!
Esperando que o vento do norte a levasse
Para bem longe dali!

O dia começou a desfalecer.
Seu coração, outrora seco e vazio,
Agora pulsava em desenfreada arritmia.
Desespero!
A maré estava subindo...

Em breve voltaria a ser o que era:
Um simples grão de areia.
Quiçá um dia levado pelo vento,
Quiçá um dia... Em um porto seguro.


Do livro (O Anjo e a Tempestade) de Agamenon Troyan