Tão solitária e negra como eu
Abelha Mandaçaia...
...sem produção de mel
Desabitada a procura de flor
Para bebericar do seu encanto...
Lápis de olhos...
...a esconder águas salgadas
Como não consolidar
este isolamento, que me consome?
Esta falta de mãos grudadas
...pele que não afaga
Estou rifando essa soledade!
Trançar, eu quero, mãos pretas...
É querência de mar, e não de oásis
Perenidades entrelaçadas...
Em estações lunares e solares...
Meu viver tornou-se deserto...
Os dias quentes e as noites congelantes
Um corpo sem afeto...
Repleto de roedoras,
Serpentes
E lagartas...
Peles bem alvas...
Alvejando-me por serem preferidas...
Será mesmo que elas resolvem
estes traumas de pretos meninos?
Em outras facetas, sou eu, serpente
Cascavel do deserto como queira...
Movimentando-me em silêncio
Para que as inimigas não me vejam...
Sentimentos fósseis...
... expostos pelas erosões
A vida inteira sem beber águas...
Longos jejuns sem morrer...
Força bruta que me dilacera
Estes secos dias, sem chuvas...
Só poeiras machucando minhas retinas.
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