Elizandra Souza versus Academia, não sei se é uma oposição, talvez Elizandra + Academia fique mais apropriado. Lembro como se fosse hoje o mês de agosto de 2006, a primeira vez que entrei na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Sim, estudante negra, cotista do programa de bolsas Prouni. Não estava estampado na minha testa, ninguém nunca sabe a não ser que você mencione, e no meu caso eu sempre adoro falar. Alguns questionam “mas você não teria capacidade de passar pelo vestibular normalmente?”, até teria, mas não financeiramente falando. Enfim, desde o primeiro dia, eu senti a necessidade de escurecer aquele ambiente. A forma que eu iria traçar esta minha ambição se concretizou hoje. Apresentação da minha banca de TGI – Trabalho de Graduação Interdisciplinar, com o tema (In) Visibilidade das Mulheres Negras nos Meios de Comunicação: estudo de caso da Revista Eparrei, orientada pela Professora Doutora Rosana Schwartz.Fiquei muito emocionada com a exposição da Professora Doutora Maria Izilda Matos e da Maria de Lourdes Bacha. Cada palavra de alerta, os méritos da pesquisa, principalmente as falhas para que eu possa melhorar o trabalho. Às vezes dá aquele choque, ouvir o que está faltando no trabalho, mas é o momento que amadurecemos e podemos melhorar... Nestes quatro anos, eu esperei por estar dentro do elevador da Universidade Presbiteriana Mackenzie com Débora Marçal, Priscila Preta e Flávia Rosa (Capulanas), Sidney Santiago, Tairone Porto, Lucélia Sérgio (Os Crespos), Guinho, Cassimano, Jucélia Bernardo, Juliana, Leandro, James Bantú, Mainha (Amélia), Andwele, Elisângela (minha companheira da vida toda...sigo seus passos irmã), D’Na, entre outros que não estavam presentes, mas o dia 14 de junho de 2010, por volta das 16h às 17h...estrelas brilharam no céu, sim, estrelas da tarde...sei que meus amigos que não puderam comparecer me mandaram estrelas e sorrisos..as energias que estavam presentes no universo estavam todas me dizendo “Vai lá! E faça o que tem que ser feito”! Foi difícil? Se eu disser que foi fácil, que eu estava tranqüila, eu não estava... mas era um ciclo que precisava ser encerrado...Calma, com alguns ajustes..nem toda roupa sai moldada perfeitamente, precisam-se de algumas pregas, remendos..risos...” Mas está quase lá.
Agradeço a todos que um dia cruzou no meu caminho, seja por meio da música, por meio físico “mano a mana” “mana a mana”, seja pelos livros, seja pelas poesias, pelas falas, pela colaboração que dão ao universo, seja por qualquer motivo...valeu...Tamo juntos e misturados.!!!!
Elizandra Souza (Poeta-Jornalista /Jornalista-Poeta)